Estudos sobre Franz Weissmann

Década 1950

Mário Pedrosa - Experiência e arte - 1952

"(...) O brasileiro na vida não tem caráter, e Macunaima é o seu símbolo: e, nas artes, não tem Personalidade. (...) Entretanto, há no salão uma vocação escultórica violenta, embora reprimida, em Franz Weissman (...)  O escultor quer substituir os cheios pelos vãos, numa tentativa de representar espacialmente e não volumétricamente, que é o grande problema da escultura moderna, raramente abordado em nosso país, e que tão fundo fere a imaginação plástica de nossos dias, fascinada pela conquista de novos espaços."

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Mário Pedrosa - Grupo Frente - 1955

" (...) Diferentemente da maioria dos outros do grupo, com Franz Weissmann a experiência não aparece quase nunca livremente, como um jogo. Ou melhor, ela só aparece, em profundidade, com a obra, fruto de madura reflexão. As experiências nele se sucedem como as horas do dia; a realização, entretanto, é uma só entre as muitas, as muitas horas do dia e da noite que consome experimentando, que consome em vivências. (...) Weissmann adora o arame, o fio de aço, se entretém prazerosamente com o alumínio, em vergão ou em folha, com o metal amarelo e outros materiais que ele vai buscar em plena utilização prática, nas oficinas mecânicas. (...)"

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Entrevista - Diário da Tarde - Belo Horizonte - 1955

" -Concretismo, a meu ver, é a superação da arte dita abstrata. O abstrato parte sempre de um determinado objeto, ou série de objetos, que são despojados de sua individualidade e transportados ao mundo plástico em formas e cores. (...) O concretismo, em resumo, tem como ponto de partida a idéia e a sua objetivação na obra de arte. É, vamos dizer, a visualização artística de uma idéia. 0 concretismo é uma evolução lógica da arte e conseqüentemente, uma reação contra o abstracionismo e o figurativismo (...)"

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Mário Pedrosa - Franz Weissmann, prêmio de escultura - 1957

"Weissmann é movido por estranhas alternativas, êle sabe o que quer até que a idéia se forme, se complete em suas mãos, se realize, enfim. (...) Mas a partir daí, um demônio começa a crescer dentro dêle, um demônio de incertezas, de inquietação, de dúvidas. Incerteza quanto a escala e proporções, quanto ao material em que deve ser o objeto construído etc. (...) No entretanto, sua escultura de hoje é rigorosa e clara nas regras de sua estrutura espacial. Graças ao rigor ortogônico dos planos no espaço, nos tem dado êle obras de excelente plenitude plástica (...)"

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Ferreira Gullar - IV Bienal de São Paulo - 1957

"(...) Oteiza e Weissmann não são tão "malucos" quanto podem parecer à primeira vista. (...) o escultor de hoje procura, além da forma, mostrar o espaço. (...) em lugar de dar tanta importância ao fato de que esses pedaços de metal não se parecem com nenhuma figura nem objeto conhecido, procurará vê-los como as "demarcações" do espaço. (...)"

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Frederico Morais - Entrevista a Franz Weissmann - 1958

"(...) Minhas esculturas necessitam da luz solar, de grandes áreas. A luz solar me é necessária porque incidindo sobre minhas construções, cria novas sensações de movimento, espaço e variações tonais na côr natural dos materiais. Digo grandes áreas porque gostaria do construir minhas esculturas de maneira que permitisse ao espectador entrar dentro delas. Gostaria de ver alguém passeando dentro de minhas construções, vê-la de baixo e lado-a-lado. (...)"

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Mário Pedrosa - A escultura do Salão - 1958

" E, finalmente, chegamos ao elou do salão: é a representação de Franz Weissmann. Sua escultura é de puro espaço, nos antípodas de qualquer lembrança figurativa. Das esculturas que querem exprimir o espaço, e que podem ser classificadas em quatro ou cinco grupos, a sua é a dá linha no espaço. Weissmann não se Interessa nem pela trama ou a grade de três dimensões, nem pelos planos dos corpos transparentes. E no salão, nada expôs como superfície no espaço. O ganhador do premio da quarta Bienal paulista apresenta-se agora com um conjunto em que as suas qualidades plásticas e o seu poder de invenção estão confirmados. (...) Com essas obras, Weissmann sagra-se, em definitivo, um completo escultor, dentro e fora do salão, aqui e alhures. "

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Weissmann - Oteiza (I) - 1957 Brasil

(...) Waldemar Cordeiro teria dito a Oteiza: "Você faz a teoria mas quem faz a escultura que você prega é o Franz Weissmann".(...) Lygia Clark disse ao espanhol: "Vamos dar uma volta, para eu mostrar a você as coisas bonitas do Rio, as paisagens". Oteiza se abespinhou: "Que paisagem que nada! Odeio essa natureza acadêmica! Quero ir é ao atelier do Weissmann." (...) Weissmann suporta perfeitamente o galardão (...) Em matéria de idéias não chega, talvez, a ser tão fecundo quanto Oteiza. (...)

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Weissmann - Oteiza (II) - 1961 Espanha

"Desde hace unos dias se encuentra en Irún el famoso escultor brasileño Franz Weissmann, a quien acompaña su esposa. El matrimonio ocupa una casa de la Avenida de Francia, próxima a la en que viven Jorge Oteiza y Nestor Basterrechea. (...) A lo mejor resulta que Irún, casi sin saberlo, se está convirtiendo en una encrucijada del arte mundial. (...) Yo ya no soy escultor, ni tengo nada interesante que hacer en escultura (Oteiza). (...) Weissmann está viviendo —dice Oteiza— una gran evolución. Le ha trastornado todo lo que ha visto en la fabulosa e inmensa India. (...)"

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